Marina entrevista o Octeto

Oi pessoal!!! Chego hoje com mais uma participação de leitores nos entrevistando. Na verdade, foi uma única pergunta e que eu gostei muito, e foi feita pela leitora Marina, nossa caçulinha.

Marina querida, muito obrigada pela sua participação, por seu carinho e adorei sua pergunta. Muito boa mesmo!

Com todo esse tempo de F1, qual é a visão de vocês diante da F1 de ontem e de hoje? O que mudou? Por que a F-1? Por que Fernando, Kimi, Nico e JB?

Resposta da Vick: Caramba, eu amo F1 por causa dos carros, eles são hipnotizantes, amo por causa da forma que os pilotos se fundem a esses carros, indo ao limite de ambos, tentando a perfeição.

Sou meio boba, e ouso dizer que gostava mais da F1 do passado, as pessoas com a ganância e obsessão, acabaram estragando muitas coisas bacanas, despretensiosas e loucas da F1.

A Fórmula 1 do passado era mais perigosa, mas muito mais “romântica”. Os pilotos eram menos pasteurizados, tinham posição e opinião, não eram obrigados a carregar um relações públicas da Equipe em seu calcanhar. Podiam “sair no braço” quando o sangue fervia, e pedir desculpas depois. As esposas cuidavam dos cronômetros, não haviam computadores, os ajustes dependiam única e exclusivamente do acerto e sensibilidade dos pilotos.

As corridas eram realizadas nos grandes “templos” do automobilismo. A Ásia (exceto o Japão) e Tilke ainda não haviam chegado.

Amava os pneus slick, e fiquei extremamente feliz com o retorno deles em 2009 (foi uma temporada tão maluca, que os coitados até perderam o destaque). Nunca me esqueço, de quando entrou a regra do reabastecimento, fiquei chocada, aborrecida porque os carros teriam que ficar muito tempo no pit, atrapalhando toda a estratégia da corrida. Até que para uma criança, meu raciocínio era muito lógico, né? Tanto é, que voltaremos aos velhos e bons tempos, no próximo ano. Vou adorar ver panes secas, e pilotos aprendendo a economizar e gastar combustível na hora certa.

Mas, segundo Jenson Button, a F1 atual é mais difícil do que a das últimas décadas, por causa da competitividade, já que os pilotos estão todos em um nível muito parecido, coisa que não acontecia no passado. Acho que ele tem razão, já que entre o 1º e o 5º lugar, havia um abismo de habilidade, algo que não acontece mais hoje.

Por que Jenson Button?

Ele já era membro do Sexteto Fantástico (nossa antiga comunidade do Orkut), antes mesmo que eu fosse torcedora dele. Acho que quem pode responder melhor são a Ludy e a Tati.

Da minha parte, comecei a torcer por ele em 2006, mais declaradamente, nas 3 últimas corridas do anos (China, Japão e Brasil). Na real, acompanho Jenson a distância, desde que ele chegou a F1, com certa simpatia, que virou antipatia total, por culpa de Jacques Villeneuve, que armou a maior confusão, quando JB foi para a BAR em 2003.

Um piloto que sobrevive a Jacques Villeneuve, e ainda se torna amigo dele, só poderia ganhar 1000 créditos comigo.

A temporada de 2006 foi muito boa, ele foi o piloto que marcou o maior número de pontos na segunda parte da temporada. Fez um GP do Brasil magnífico, largando em 14º e terminando em 3º lugar.

Comecei acanhadamente, lendo opiniões, declarações e acompanhando com afinco a temporada de 2007, e vendo todo aquele desastre da Honda, e o otimismo sempre presente em Jenson Button, acabei adotando-o de vez como meu piloto preferido na F1 atual.

Assistindo corridas passadas dele, anteriores a 2006, e após a temporada 2009 em que se consagrou campeão, tenho mais certeza de sua habilidade e capacidade. É um piloto meticuloso, sensível, rápido, tira o melhor do carro, sem grandes “tigradas”. É calmo, firme e otimista. São características que ajudaram a defini-lo como um Octete.

Resposta da Lu: A F1 como sempre evoluiu tanto tecnicamente como esporte e como show, na minha opinião. Eu gosto de ver corridas antigas, gosto de momentos saudosistas, mas quer saber a real? Uma das coisas que eu realmente sinto saudades é do modelo de classificação “1 hora, 12 voltas e matem-se para fugir do tráfego e conseguir a melhor volta”. Esse modelo de fases é legal e até gera emoção, mas o fantasma do tráfego e as voltas contadas eram muito legais.Outra coisa legal que eu acho que influência muito hoje é a internet. Eu sou uma viciada convicta no Live Timing e não consigo mais ver corridas sem acompanhar a cronometragem. Sem internet isso seria impensável! Lembram como era? Só tínhamos as TVs e os jornais que saiam no dia seguinte para obter informações e hoje temos tudo instantaneamente e de várias fontes e em poucos segundos. Isso para mim é genial!

Por que Nico?

Já me fiz essa pergunta algumas vezes na vida e acho que é afinidade pura, simples, mesmo. Começa com o gosto por como o piloto encara as coisas na pista e depois, com mais tempo, tu vai conhecendo, lendo entrevistas, descobrindo maneiras de pensar, atitudes e elas te agradam.

Sem frescura alguma hoje a maioria das entrevistas que a gente lê, as com perguntas mais previsíveis, nós lemos só para confirmar o que já intuímos antes. Com o tempo, mesmo sem conhecer o cara pessoalmente, tu acaba meio que aprendendo e prevendo o que ele pode ou não dizer. Meio maluco, mas é verdade e creio que as meninas concordam comigo.

Vi que tem mais uma pergunta nessa linha, mas eu gosto do Nico pela garra, a educação, organização, determinação e empenho que vi nele no final da GP2 em 2005 (a vantagem era do Heikki ele tinha vencer as duas últimas provas para ser campeão e o fez) e depois essas características só se desenvolveram mais. No início, eu tinha um pé atrás com ele e lia cada entrevista muito atentamente. Sabe como é, eu não conhecia o moço em que estava apostando. Na verdade ainda não sei como ele funciona sob pressão forte. Estou louca para ver!

Resposta da Ludy: Olha Marina, desde a minha primeira vivência com a F-1, em 89, no circuito de Jacarépagua, ao ter o privilégio de ver Ayrton Senna ao vivo, em um treino, já vi tanta coisa que às vezes nem eu mesma acredito!!! Rsrsrsrs... O tempo passou tão rápido que as mudanças da F1 engolem a gente e quando vemos, já nos acostumamos. Quando este esporte entrou definitivamente em minha vida, não larguei mais.

Das mudanças, uma que me marcou muito foi o formato dos treinos. Gostava muito mais dos treinos de volta lançada, quando os pilotos tinham o direito de treinar com até quatro jogos de pneus, e de ir ara pista sem estes limites bobos de Q1, Q2 e Q3. Era ótimo, porque havia a sensação real de que o cara que fazia a pole era verdadeiramente o mais rápido, hoje, nem sempre o pole position significa que o piloto em questão é o mais rápido. Tédio total. Sem contar que os circuitos eram muitos mais legais e desafiadores, não estes elefantes brancos e chatos como China, Turquia, e agora Abu Dhabi.

Por que a F-1? Porque não há nada parecido. É a maior categoria, os melhores pilotos, e apesar de tudo o que há de errado com a F1 atual, como as sujeiras, as falsidades, o dinheiro que comanda, eu adoro este esporte pelo simples fato de que nada disto importa, pois o mais lindo e maravilhoso de tudo está dentro da pista, quando os pilotos estão em seus carros, mostrando como são talentosos e em perfeita sintonia com estas máquinas surreais que são os carros de F1. É emocionante ver como os mecânicos ficam extasiados com a vitória de seu piloto, de sua equipe. Enfim, o circo da F-1 sobrevive inabalável por causa daqueles que a levam adiante e não por aqueles que tentam destrui-lo. E para finalizar, nada é mais emocionante do que sentir o barulho de um carro de F1, porque o que os simples mortais apenas ouvem, nós que amamos este esporte, sentimos. Sentimos aquela melodia simplesmente inesquecível do ronco dos motores.

Por que Kimi?

Kimi entrou na minha vida por causa de Jacques Villeneuve, o outro piloto do Octeto de quem sou fã. Em 2001 Jacques foi contra a concessão da superlicença a Räikkönen porque ele só tinha 23 corridas de monopostos na carreira antes da F1, então eu quis saber quem era o tal finlandês de quem Jacques estava falando. Não deixei mais de prestar atenção, pois realmente gostei do estilo low profile de Kimi, do talento que ele mostrou logo de cara, provando que o barulho que fizeram por causa de sua precocidade havia sido em vão. Mas ainda assim eu não tinha todas as atenções voltadas para Kimi, Jacques estava na categoria, e ele sempre foi o meu número 1. Kimi era meu protegido, um tipo de menino Vettel, que eu gostava por todo o contexto que ele trazia e pelo talento inegável que ele demonstrava. Daí chegou 2005, o campeonato mais lindo que Kimi já fez na vida dele, e foi inevitável não me encantar de vez. Em 2006 eu só tive a confirmação de que o finlandês havia chegado para ficar. Jacques saiu da F-1 no meio da temporada e foi uma sensação de vazio tão surreal que garanto a você, se Kimi não estivesse na F-1, hoje eu não estaria neste blog. Foi por causa dele que eu continuei, foi ele que me fez permanecer, foi ele que me ajudou a superar a ausência de Jacques, embora, em nenhum momento sequer desde que o canadense saiu eu tenha deixado de lembrar dele e de tudo que vivi como sua fã. Hoje Kimi é algo tão importante na minha vida quanto é Jacques. Na verdade, minha história de alegrias e tristezas na F1 não existiria sem Jacques nem sem Kimi.

Resposta da Tati: Oi Marina, Qual a minha visão da F1 de ontem e hoje???

Hum, vejamos ... acho que antes a F1 era mais esporte que hoje. Obviamente isso é algo que idealizo já que minha vivência de F1 é da Era Schumcaher para cá. Do próprio Ayrton Senna eu vi pouquíssimo (infelizmente), então o que falo aqui é apenas uma ideia que tenho da antiga F1 pelas coisas que leio e já ouvi de pessoas que viveram a "F1 de ontem". Antigamente as coisas me pareciam mais naturais, com menos frescura, com menos “política de boa vizinhança” e o esporte era mais importante que o dinheiro. Já na "F1 atual" o que conta é a grana. Claro que ainda existe o esporte, mas ele deixou de ser a peça fundamental, não é mais o que move a categoria. Vimos isso nos últimos escândalos que assolaram a F1 com McLaren, Mosley e Renault. Tudo acabou “bem” porque era vantajoso economicamente, não no lado esportivo. Além disso, a maioria dos pilotos é pecinha nas mãos dos seus chefes, eles fazem o que lhes mandam e ponto final. Poucos são os que se salvam desta lista de pilotos-fantoche (os Octetes por exemplo!rsrs). Gostaria de ter vivido a F1 de antes.

Por que a F1?? Porque gosto do melhor. Não quero tirar o brilho das outras categorias, que são muito importantes e emocionantes, mas nenhuma delas é tão especial como a F1! Tudo na F1 é mais glamuroso, mais bonito, mais colorido, mais especial... os carros, o ronco do motor, a largada e principalemente os pilotos. Lá só conseguem chegar os melhores, ou pelo menos, aqueles mais persistentes, os que nunca desistem! Acho que é isso!! Hehe

Por que Alonso?

Marina, até hoje não sei direito para falar a verdade, mas o que chamou minha atenção para Alonso foi o duelo contra Schumacher em 2005. Nos últimos anos a F1 para mim se resumia em torcer contra Schumacher, então pode ter sido isso que tenha me feito notar o espanhol. Mas com certeza foi o grande talento e o jeito “Fernando Alonso de ser” que terminou a minha “transformação” como alonsomaníaca. Alonso é um personagem polêmico, é 8 ou 80... ou você gosta ou não gosta. Não há meio termo. Torcer por ele é fácil, ainda que nas derrotas, porque ele é tão bom que sempre dá um jeitinho de fazer alguns milagres por aí!! Não estou certa???hehehe

É isto gente. Por hoje é só, amanhã mais participações dos leitores.

E quem não leu a nossa entrevista para o Thiago Raposo, é só clicar aqui.

Beijinhos, Ice-Ludy