Octeto Entrevista: Milton Rubinho

Oi gente!!! Chega a noite de quarta-feira e com isto, o Octeto Entrevista. Nosso convidado de hoje é um leitor recém-chegado e muito participativo, nosso amigo Milton.

A gente sempre sacaneia Milton nos bate-papos e via msn porque ele tem o mesmo nome de um ídolo nacional, mas ele sabe que é brincadeira!!!

Curtam a entrevista galerinha e as fotos muito bacanas que Milton nos enviou de seu acervo pessoal. Entrevista recheada de histórias e conhecimento!!! Garanto!

Milton ou Rubinho!? Os dois...hahaha

1. Vamos começar com o básico. Fale-nos um pouco sobre você, o que faz, de onde é?
Bom, meu nome é Milton Pecegueiro Rubinho, tenho 25 anos, e sou de São Caetano do Sul, São Paulo. Atualmente trabalho na Engenharia de Motores da GM/Chevrolet, e fui mecânico de competições por alguns anos.

2. Quando você começou a acompanhar automobilismo e por quê?
Automobilismo é algo que já vem de muito tempo na minha vida. A minha primeira lembrança de ver corridas vem de quando tinha 6 anos, e foi quando o Ayrton Senna teve aquele infame acidente com o Alain Prost no Japão, em 1990, acidente esse que deu o tÍtulo ao Senna, depois do episódio ocorrido em 1989.
Diz minha mãe que a primeira palavra que eu falei foi “Cáo” (“carro”) em vez de “papá” ou “mamá”... E eu particularmente não duvidaria...(risos).
Ou seja: existir um porquê, eu mesmo já me perguntei inúmeras vezes... e não achei resposta alguma além de paixão pelo esporte a motor.

Um exemplo de vida

3.Qual o seu piloto ou equipe ou categoria favoritos do automobilismo?
Pilotos: J.P.Montoya (Nascar), Kimi Matias Räikkönen (WRC), Sebastien Bourdais (Endurance), Jaime Melo Jr (Endurance), Colin McRae (WRC)(R.I.P.) e tem um japonesinho que estou botando muita fé, chamado Kamui Kobayashi (F1).
Além de um certo italiano que, para mim, é um exemplo de vida, chamado Alessandro Zanardi... Porque alguém perder as 2 pernas na pista e voltar a correr e a vencer, e em campeonato mundial (leia-se WTCC), meu Deus! É para poucos.
Categorias: Endurance em 1º (sempre tive uma certa queda por protótipos, não sei bem o porquê), Rally em 2º empatado com Turismo, e monopostos em 3º... Tem pior? Sim: não gosto de Arrancada...
Ah, existe uma categoria que para mim é Hors Concours: Formula Truck... Só quem foi ver de perto sabe o que é.

4. A participação feminina nas pistas ainda é tímida, mas fora delas já é grande. Temos jornalistas especializadas, engenheiras, blogueiras e torcedoras. O que você acha desta visão feminina sobre o esporte?
Eu sou um forte defensor da participação feminina no mundo da velocidade. Sempre achei legal uma mulher saber falar sobre automobilismo, carros, pilotos, etc.
Mulheres têm uma visão diferente de homens, e não é só do automobilismo, mas do mundo, e isso é bom, pois permite ver coisas que muitas vezes são obvias para elas e que não são nem um pouco para eles. Digo isso de experiência, pois trabalhei com a Helena Deyama na época em que trabalhei com Rally e ela era muito competente. Só que não pode haver preconceitos, pois senão, tudo isso se perderá. Mas isso tem sido cada vez menor, a história de que “mulher só pilota fogão”.

O eterno Vice

5. Se você pudesse escolher dois ou três nomes de pilotos que não foram campeões do mundo de F-1, mas que mereceriam ter sido, quais seriam?
Stirling Moss. O eterno Vice, que deu o maior azar do mundo de surgir quando um mago chamado Juan Manuel Fangio estava no topo da forma.
Gilles Villeneuve: Esse é outro... Rapidíssimo, foi-se tão precocemente. Bom, o JV tem a quem puxar... Apesar de que acho que o JV era melhor quando corria na CART... Acho que ele era mais arrojado.
Jack Ickx... Alguém que andava como ele andava merecia ter ganhado um titulozinho ao menos.
Ah, e menção honrosa a Chris Amon, outro que andava muito bem, mas que, coitado, nunca ganhou uma misera corrida. Como disse certa vez Mario Andretti sobre o Amon, “Se ele se tornasse coveiro, as pessoas paravam de morrer”.

Chique o rapaz não? Maserati é para poucos!!!

6. Quais características fazem um piloto estar entre aqueles simplesmente excepcionais? E aproveitando o gancho, quem foi o maior piloto da história da F1?
Sempre ouvi dizer que piloto bom mesmo é aquele que suplanta todas as irregularidades, e anda bem, seja na “cadeira elétrica” ou num carro ponteiro. Além disso, sangue frio, cabeça no lugar, paciência e maturidade são coisas fundamentais. A isso tudo, soma um outro fator: Andar sempre sabendo que pode ir um pouco mais além, porque é exatamente esse “quase além do limite” que muitas vezes faz um piloto ter “aquela” vitória memorável. Fangio em Nurburgring/57 e Senna em Suzuka/88 são ótimos exemplos de Pilotos que tiraram os “coelhos da cartola” na hora que mais precisavam.
Resumindo, já até dei a dica: Melhor de todos na minha opinião?
Formula 1 pós 1950: Juan Manuel Fangio.
E Fórmula Grand Prix(antes 1950): Bernd Rosemeyer e Tazio Nuvolari.

7. Como você vê a situação do cenário nacional em termos de pilotos? Independente de categoria, o Brasil tem futuro no automobilismo mundial?
Me preocupa o automobilismo nacional. A CBA só sabe cobrar uma pequena fortuna pela carteirinha para pilotos, assim, como a grande maioria das federações estaduais, e não se vê um empenho tão grande em se fazer um automobilismo de base no Brasil, como havia nos anos 70(F-Vê), 80(F-Ford) e 90(F-Chevrolet).
Além de não haver mais um envolvimento com as montadoras, como acontecia antes. Até mesmo, porque, dizer que a Stock tem carros da GM e da Peugeot, me desculpem, mas malemá tem as lanternas traseiras.
O que me deixa levemente esperançoso é essa F-Future. Por mais que malhem o Felipe Massa (vulgo Zacarias), ao menos ele está tentando trazer a tona um pouco do automobilismo que fez ele estar onde está hoje. E em terra de cego...

8. No Brasil ao falarmos de automobilismo, especialmente de F1, há muito preconceito quando o torcedor revela sua admiração por um piloto estrangeiro e não um nacional. Como você vê esta situação?
Patriotas idiotas existem em todo canto. Exclusividade nacional, saibam, não é. Aliás: nos EUA é bem pior.
O fato de alguém gostar de um piloto, independente se ele é russo, alemão, japonês, e não brasileiro, é normal. Eu mesmo: Eu gosto de corrida, independente do que seja. E eu era um dos poucos que acompanhava F1 nas temporadas de 1994 e 1995, que, depois da morte do A. Senna, certamente tiveram ibope bem baixo. Muita gente me chamava de doido de AINDA ver F1.
E eu acho burrice alguém ser discriminado por gostar de um piloto de outro país. Quer um exemplo? Eu torcia pelo Colin McRae no WRC... E ele não é brasileiro... E aí?Aliás: nem tinha brasileiro no WRC nessa época, como não tem ainda hoje, a despeito do Palmeirinha correndo algumas etapas.

9. Temporada 2010 de F1, quem será o campeão?
Meio cedo para um prognóstico, mas algumas coisas tornam-se emblemáticas quando acontecem. A ultrapassagem do Alonso sobre o Massa na primeira curva no Bahrein, para mim significou algo do tipo “Você pode ter anos aqui dentro da Ferrari... para mim, não significa nada”.
Schumacher, não vejo com favorito... Lewis Hamilton, de repente, pode ser favorecido em algo na McLaren, e se não for, uma crise interna se instaurará (infelizmente acho que isso pode ocorrer), e a Red Bull precisa urgentemente melhorar a confiabilidade dos carros. Não é a primeira vez que o carro “derruba” Vettel.

Kimi - Rali do México

10. Agora uma pergunta sobre o mundo do rali. Por que a Finlândia produz pilotos tão bons nesta categoria? Temos Juha Kankkunen, Henri Toivonen, Markku Alén, Ari Vatanen, Tommi Mäkinen, Mikko Hirvonen, Jari-Matti Latvala, só para citar alguns. Será que com esta tradição Kimi Räikkönen tem futuro por lá?
Devem ser as “Icy roads”... e o fato de que lá é uma verdadeira tradição, que passa de geração para geração. Não é de hoje que a Finlândia tem caras bons de braço nos Rallies. Isso vem desde os anos 60, com Timo Mäkinnen andando de Saab 93.
Se Kimi pode se dar bem andando no Rally? Creio que sim. Bem assessorado ele está, e se a velocidade já é arte dele, fica tudo mais fácil. Mas, tudo é uma questão de aprender, andar, errar e acertar. Mas creio que ele vá se dar bem, e mais que isso: vai se divertir como nunca!

Tive que colocar as duas fotos. A primeira empurrando o #69 e a segunda com o #96

11. Você trabalhou como mecânico do #96, carro do jornalista Flávio Gomes. Como isto aconteceu?
Da maneira mais inesperada possível. Voltando em 2006, eu fazia faculdade na FATEC/SP, e tinha um menino lá que trabalhava em uma equipe que preparava carros antigos de corrida, inclusive o que o FG andava, que na época era o #96(um DKW).
Aí, um belo dia, esse menino, sabendo do meu passado com carros de rua e de Rally Cross Country, na época, falou com o chefe da equipe, e depois perguntou a mim se eu toparia trabalhar com eles!
Para mim, que sempre sonhei desde muito criança em trabalhar com competições, foi à realização de um sonho! Mais que isso: estar no ambiente de um verdadeiro “Templo da Velocidade” e sentir toda a história que já passou naquele lugar, desde as primeiras provas na década de 40 até a F1 hoje, estava acima do meu maior sonho!
E, desde então, trabalhei em 10 corridas pela equipe “LF Competições”, do Luis Finotti, entre 2006 e 2009, e ainda hoje, quando os carros da “Classic Cup” vão para pista (Meianov incluso), eu vou lá dar minhas bandas, matar saudades do pessoal e, é claro, ver, ouvir, sentir, tocar... Enfim, as sensações que só ao ir num autódromo você tem.

ORT

12. Como você conheceu o Octeto Racing Team?
Conheci o blog por intermédio do blog de um amigo meu, o Rodrigo Mattar. Um belo dia, fuçando o blogroll do blog dele, encontrei o link daqui... E nunca mais saí!

13. Se você fosse chefe de uma equipe de Fórmula 1 e pudesse contratar dois pilotos que fazem parte do Octeto Racing Team, qual seria a sua dupla e por quê?
Pilotos: Juan Pablo Montoya e Jacques Villeneuve.
ORDEM: “Negada, tão vendo o carro prata metido a besta com um ancião alemão guiando? HIT THAT! NOW!”.
Agora, se eu pudesse “ressuscitar” outros 2 para fazer essa mesma tarefa, certamente seriam Nigel Mansel e Andrea de Cesaris(AKA Andréa de Crasheris).

14. Defina cada um dos octetes com uma palavra: Villeneuve, Alonso, Räikkönen, Coulthard, Button, Rosberg, Montoya, Trulli e Vettel.
Villeneuve: Arrojo.
Alonso: Anti-Massa.
Räikkönen: Ídolo, por fazer o que quer e pouco se lascar com o resto.
Coulthard: um Lord.
Button: Cara certo na hora certa.
Rosberg: (agora a Lu me MATA, mas já que mandaram...) EMO!
Montoya: Arrojo ao quadrado.
Trulli: Inconstante. Uma pena, por sinal.
Vettel: Próximo novo campeão da F1. Ponto.

15. O que você acha que o blog do Octeto trouxe de diferente para a sua maneira de ver o automobilismo, em especial a F-1?
Trouxe uma maneira totalmente nova, para mim, um “tech-head”. Eu sempre me foquei mais em saber sobre motores, suspensões, câmbios, freios, e essas coisas... Ou seja, mais sobre o carro em si do que saber do que rolava “nos bastidores”. E o Octeto é bem recheado disso. Ou seja: Para mim, fuçar o blog traz o equilíbrio exato entre aquilo que eu sempre me foquei e o que também pode ser tão ou mais importante para o futuro do automobilismo.
Mais uma vez, eu as agradeço pelo espaço, e queria mandar um “momento Maguila”, Um abraço para Pai e Mãe, Monique, Biba, Fábio Motta, FG, Rodrigo Mattar, Cláudio Ceregatti, Mestre Joça, Luis Finotti, e para todos aqueles que sempre me ajudaram até hoje e que amam automobilismo independente de qual seja a forma.
Abraços!

Foi isto gente! Espero que tenham curtido. Milton, muitíssimo obrigada!!! Adorei o papo!!! De verdade!!!

Semana que vem tem mais hein galerinha!!!!

Beijinhos, Ice-Ludy

Comentários

Biba disse…
HAHAHHA, e merece comentários???
SHOW de bola.. e valeu o abraço sinta-se abraçado tb
Momento Maguila foi excepcional tirada... sem contar a ordem de comando para a sua equipe de f-1 q vc gostaria de ter com JV e Montoyoucho kkkkkkkkkk
E fora q as demais perguntas mto bme respondidas e com isso acabei entendo mais um pouco sobre automobilismo
ABraços!!!

P.S: REalmente mereceu comentários kkkkkk
Unknown disse…
aaaahahahaha olha mirtooo aeeee

cara... amo esse mlk (L)

filha da puta qse me mata com a bicicleta dele, e ainda pega minha irma ¬¬

corno iuahsiuahsiuhas
Milton disse…
Biba, muito obrigado! de coração!

Aires, eu fiquei com a Carol em 2003... faz um tempinho hein...e vc lembra disso...
Milton!! Obrigada pela entrevista e por ser mais um leitor do Octeto!!!!!!!!!!! hehehe

Adoreiii!!

bjinhos, Tati
Milton, eu não vou te matar não. Imagina! No máximo te apresento o famoso baldinho... heheheehe

Birncadeira, Emo foi até educado perto das cosias que já li. hehehehe

Ótima a tua entrevista e muito obrigada pelas palvras carinhosas conosco.

Sinta-se sempre a vontade aqui.

Bjus, Lu M

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