Os Estilistas ou Despedida de 2009

Hoje, quero compartilhar um pequenino texto, que transcrevi do livro Pilotos - Lendas da Fórmula 1, escrito por Xavier Chimits e ilustrado por Bernard e Paul-Henri Cahier. Conversaremos ao fim do texto.

Os estilistas

As fadas do automobilismo se debruçam sobre seus berços e lhes dão o dom. Essa estranha capacidade de apagar as curvas quando outros as enfrentam. De ser obedecido por seus F1 quando outros devem domá-lo. Os estilistas raramente fascinam as torcidas. Suas trajetórias são curtas, seus gestos econômicos. Durante cem voltas, eles colocam suas rodas no mesmo lugar, no mesmo centímetro. Sem jamais ultrapassar o fio da navalha, eles só temem seus cronômetros.

Os estilistas detestam brigar na pista com outros pilotos. Seu maior prazer é largar na pole position, acelerar intensamente desde as primeiras voltas e comer o asfalto graças à ação rápida, para depois administrar o avanço até a linha de chegada sem ter tido ninguém para ultrapassar. Desse modo, eles experimentam um belo domingo. Ascari, Fangio e Clark foram mestres do gênero. Amantes da facilidade, os estilistas não gostam das batalhas. Às vezes, chegam a evitar o combate corpo a corpo, como Enzo Ferrari culpou Ascari, Brooks e, mas tarde, Amon de fazerem. Eles não são homens de causas desesperadas. Fangio teve de ir contra sua própria natureza para recuperar um minuto em dez voltas em Hawthorn, assim como Collins em Nurburgring em 1958, superando em quase dez segundos a pole position que tinha conseguido nos treinos. Naquele dia, o próprio Fangio confessou que tinha pilotado como nunca havia feito antes, e desprezado o medo. Ele deu tanto de si que aquela vitória foi a última de sua carreira – abandonou a F1 no final da temporada.

Os estilistas, prazerosamente indolentes, estão acostumados a trabalhar na facilidade. Por isso, convivem mal com a contrariedade e a oposição. Fangio não permaneceu mais do que uma temporada na Ferrari. Ickx e Reutemann tinham talento de sobra para serem campeões mundiais, mas sua determinação era frágil. Amon era como um campeão mundial de boxe nos treinos, mas se esquecia de golpear os adversários no ringue.

Um talento puro demais às vezes torna-se frágil. Essa é a fraqueza dos estilistas. É também a sua beleza.

Alberto Ascari, Jim Clark e Juan Manuel Fangio

Emerson Fittipaldi, Chris Amon e Carlos Reutemann

Michele Alboreto, Nelson Piquet e Jenson Button

Tony Brooks, Jacky Ickx e Elio De Angelis

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Guardei esse texto para um momento especial, porque eu nunca havia lido uma melhor definição para o estilo de pilotagem de Jenson Button, ele é realmente um “estilista”.

O momento é realmente especial, no bom e no mau sentido. Daqui algumas horas, um novo ano estará começando, e emocionalmente isso funciona como um marco importante. É bacana imaginar novas chances para nossa vida, deixando para trás o passado bom e ruim e se dando um chance de reinicio, uma nova caminhada.

Hoje não me despeço apenas de 2009, me despeço também do Blog do Octeto, um filhinho que foi criado há 2 anos atrás, pelas mentes criativas das irmãs Coimbra, auxiliadas por mim e por Luane.

De lá para cá, muitas alegrias, amizades... a coisa tomou um volume surpreendente, uma responsabilidade grande, que exige também uma postura profissional de suas diretoras.

D. Vick não está dando conta do ritmo, e se o corpo padece é a alma que sente, não é?

Dessa forma, hoje me despeço de vocês, com muita alegria por tudo que passamos juntos, e confiante que o Blog estará cada dia melhor, porque essas 3 meninas são Show (são minhas amigas, só poderiam ser maravilhosas, hahaha) e porque vocês são os melhores leitores que qualquer blogueiro poderia desejar.

Desejo um 2010 muito abençoado, feliz e pleno de saúde para todos vocês! E preparem-se, porque a temporada 2010 da F1 promete altas emoções (em todos os aspectos).

Muito, muito, muito obrigada por tudo!!!!

Despeço-me dessa fase maravilhosa da minha vida, com uma citação de Jucelino Kubischek:

"Como Valeu a Pena!"

Fiquem com Deus nesse novo ano!

Beijos da Vick